primícias poéticas: dezembro 2005

primícias poéticas


sexta-feira, dezembro 09, 2005

primícias

sardinhas pardas, menininha,
teu belo rosto é como o céu,
cheio de estrelinhas.


- publicado no jornal do trem em 09/06/2006, na edição nº 535, por ocasião do Concurso de Poesia para o Dia dos Namorados.

da lapela de octavio roggiero neto às 1:09 PM | 15 poetas-leitores


quinta-feira, dezembro 08, 2005

puerícia

etéreas criaturas,
as crianças, em silêncio,
inventam diabruras.

da lapela de octavio roggiero neto às 9:41 PM | 0 poetas-leitores


quarta-feira, dezembro 07, 2005

meu irmão

meu irmão, o nosso caçula
tinha medo de noite
quando os gatos
ficavam namorando no telhado
ia correndo para o quarto da mãe:
- tem monstro ou tem gatinho?
- tem gatinho...

meu irmão, o caçula de todos
quando o agradeciam com um "obrigado, viu?"
ele respondia: "vi!"

aquém das lonas do portão
foi sempre o melhor presente
das festinhas suburbanas de aniversário

brrrrrrrr...
que miniatura que nada
os carrinhos eram supermáquinas possantes
cantando pneus pelas tardes sem fim

companheiro dos dias de sempre:
há lembranças dele em minha memória
e saudades minhas em seu peito

as barbas cresceram, de fato, mas nossa infância
é como uma marca de nascença

meu irmão, meu caçula...

da lapela de octavio roggiero neto às 12:45 PM | 12 poetas-leitores


domingo, dezembro 04, 2005

a gaiola

revoam os bandos de passarinhos
para, no crepúsculo corriqueiro,
com o bater de asas muito ligeiro,
retornarem aos seus pequenos ninhos.

revoam os bandos de passarinhos,
para o céu de todos os horizontes,
à procura das cristalinas fontes
e de comida para os filhotinhos.

revoam os bandos de passarinhos,
descem pelo rosto áspero dos dias
e pousam no seio das noites frias.

revoam os bandos de passarinhos,
para sempre revoar e retornar:
passarinhos revoam sem parar!

da lapela de octavio roggiero neto às 12:35 AM | 11 poetas-leitores


sábado, dezembro 03, 2005

pssssssssiu!

más-línguas,
se mordam!
se são restos
de podridões alheias
que te animam;
se é veneno
o sangue que corre
em tuas veias,
más-línguas intrigueiras,
se mordam!


- publicado na antologia Romantika.
Editora Nativa, 1º edição, São Paulo, Ano 2000, p. 60.

da lapela de octavio roggiero neto às 12:22 AM | 0 poetas-leitores