primícias poéticas: abril 2008

primícias poéticas


quarta-feira, abril 30, 2008

refúgio

seu colo é meu paraíso,
o melhor lugar do mundo,
nele deito com sorriso
e adormeço num segundo.

da lapela de octavio roggiero neto às 12:29 PM | 1 poetas-leitores


segunda-feira, abril 28, 2008

usa

usa, cria caso e acusa.
usa abusando da Terra.
usa estampada na blusa.
usa, estampido de guerra.

da lapela de octavio roggiero neto às 8:00 PM | 2 poetas-leitores


sábado, abril 26, 2008

salto em distância

ando aéreo
cantando ao vento
sigo aonde
nem sei quando
caminhos que invento

vou logo ali
me precipito
num salto pro vago
pra divagar
no infinito

da lapela de octavio roggiero neto às 11:41 PM | 1 poetas-leitores


sexta-feira, abril 25, 2008

ela

ela, um dia, quem me dera...
ela, quimera que miro
ela, miragem e espera
ela, profundo suspiro

ela passa, o mundo pára
ela, meu poro transpira
ela, o coração dispara
ela severa se vira

ela deveras venero
ela milagre me opera
ela, na lira que esmero
ela, que tudo supera

ela, só ela que quero
ela hora dessas me pira
ela, meu amor sincero
ela, verdade ou mentira?

ela vai fundo, viscera
ela-fera me devora
ela-puta não libera
ela, caixa de pandora

ela, que nunca tem hora
ela, outra era, ano zero
ela, que não se demora
ela, talvez lero-lero

ela, quanta gostosura!
ela se escora no muro
ela me encara e perjura
ela me deixa em apuro

ela é tara, ela é fissura
ela, pantera no escuro
ela me fere e me fura
ela me pega no duro

ela, meu medo de altura
ela me faz miniatura
ela, sarada, me cura
ela, que é minha frescura

ela, umas vezes ternura
ela outras vezes megera
ela, que ora não me atura
ela, de regra, me altera

ela, que é paz feita de ira
ela, a paz que desespera
ela agora se retira
ela sempre se reitera

da lapela de octavio roggiero neto às 12:23 AM | 1 poetas-leitores


quinta-feira, abril 24, 2008

Pão e Poesia - amostra de embalagem

para visualisar melhor, basta clicar na imagem.
.
vide verso:

da lapela de octavio roggiero neto às 12:13 AM | 0 poetas-leitores


sábado, abril 19, 2008

céu aberto

um dia de azul pra nós,
os cansados de cansaços,
pra esquecermos de ser sós,
no aconchego dos abraços.

da lapela de octavio roggiero neto às 8:27 AM | 2 poetas-leitores


sábado, abril 05, 2008

cachorrinho vira-lata,
tristonho por não ter dono,
cabecinha sobre a pata,
com uns olhos de abandono...

da lapela de octavio roggiero neto às 9:57 AM | 0 poetas-leitores


sexta-feira, abril 04, 2008

linha do além

mote

ele anda morrendo sem
que ninguém jamais repare,
depois senta e espera o trem
num banco vazio na gare.



andando na linha
do horizonte
segue a tarde em que cismo

abismo em quedas

........................silentes
ausências distâncias poentes

da linha do além
lá do fundo do mundo findo
vem vindo, vem vindo, vem vindo
mas nunca chega

....................o trem

##########################################

entardeço amargo
sozinho me largo
num banco
..............vazio
sentado ao lado de outro
.................................ninguém
olhando o mundo, ao mais profundo

de nenhures, habitante
com o vento sigo
.......................errante

meu endereço é onde me deixo
em qualquer canto da cidade

um jornal amassado
cheio de tudo, sem novidade
cheio de nada
com palavras no meio
e palavras-cruzadas

com isso sou parecido,
num banco vazio:
com este jornal
.....................esquecido

da lapela de octavio roggiero neto às 6:03 PM | 0 poetas-leitores


quinta-feira, abril 03, 2008

no olho da rua

na primeira esquina do mundo
ô sua gueixa
você me deixa na mão
do acaso
que descaso!
faz pouco de minha pessoa
e sai de boa
como quem não sabe de nada
nada viu
vai então...
que o destino deu a deixa
mas depois não se queixa
pode ir, não passa vontade
me larga ao léu
que tenho formiguinhas
os vira-latas também
e tenho o céu
vai, se puder, lá adiante
escolha outro trouxa pra amante
um capacho novo
pra raspar o pé
quando pisa na merda
vai com fé e não se alerda
vai, ô sua gueixa
me deixa ao relento
sentado no meio-fio
me larga ao léu
que tenho formiguinhas
os vira-latas também
e tenho o céu

da lapela de octavio roggiero neto às 7:43 PM | 0 poetas-leitores